Nos dois dias de Consig Summit 2021 podemos ver de perto porque esse é o maior evento do canal do correspondente bancário da América Latina. Além das diversas oportunidades de negócio e da feira com as últimas tecnologias e inovações, no palco central do Consig acompanhamos um espetáculo de boas conversas entre grandes profissionais das áreas de vendas, inovação e instituições financeiras.
Como nós, da 3C Plus, acreditamos que conhecimento deve ser disseminado, resolvemos compartilhar com você os cinco principais insights que tivemos acompanhando os talks do Consig. Confira:
“FGTS será o carro chefe em 2022”
Marcello Xisto – Superintendente Executivo Banco Safra
Uma boa estratégia para o Correspondente Bancário em 2022 será focar na venda de crédito consignado com garantia de FGTS. Com as mudanças no crédito consignado para beneficiários do INSS a partir de 1º de janeiro, algumas vendas podem ser dificultadas, devido a diminuição da margem consignável e a alta da taxa Selic.
Dessa forma, variar a oferta e buscar novos clientes com foco no FGTS poderá ser uma boa estratégia para o Corban. Vale lembrar que em 2022 o trabalhador brasileiro poderá antecipar até 7 anos de saque-aniversário com uma taxa de juros reduzida em relação a outras modalidades de empréstimo.
“Vá além do consignado”
Pedro Gutierrez – Superintendente Itaú Consignado
O Correspondente Bancário precisa ir além do serviço que oferece. Com a alta na concorrência, um atendimento com excelência será o diferencial na hora do cliente optar pela contratação do serviço. Por isso o Corban deve investir em profissionalização e qualificação, além de estar preparado para atuar com outros produtos além do crédito consignado, como aplicação e resgate em fundo de investimento, realização de operações de câmbio e serviço de cobrança.
É necessário ficar atento às mudanças nas regras para Correspondentes Bancários. A norma que entra em vigor em fevereiro de 2022 determina que os Bancos instituam política de atuação e de contratação de seus correspondentes e mantenham sistemas de controles e monitoramento das atividades de atendimento ao público realizadas pelo Corban.
“Não seja engessado, tente a desobediência produtiva”
Ivan Moré – Jornalista especializado em inovação
Ivan Moré desenvolveu a ideia de desobediência produtiva enquanto trabalhava como repórter na Rede Globo. O jornalista explicou que o conceito consiste em trabalhar com foco em inovação e entregar sempre mais do que seu gestor espera.
“A desobediência produtiva é uma maneira de se comportar para dar vazão ao seu melhor, olhar para dentro de si mesmo e adaptar o business à maneira que você enxerga, seguindo alguns padrões pré-estabelecidos, mas padrões que podem ser questionáveis e adaptáveis”, aponta Moré.
O conceito envolve três preceitos básicos: percepção do entorno, confiança em si e na equipe e coragem para “dar o chute seguro”. Segundo o jornalista essa foi a fórmula que possibilitou seu crescimento na emissora, sendo promovido de repórter a apresentador do Esporte Espetacular.
Ele reforça que desobediência produtiva não é sinônimo de destruir hierarquias, mas sim de enxergar oportunidades e aproveitar a chance de mostrar para os gestores que há espaço para inovação no ambiente de trabalho.
“Fisico + digital,tecnológico + humano”
Ana Karina Bortoni – CEO BMG
Já sabemos que a hiper digitalização acelerou devido à pandemia de Covid-19. De acordo com Ana Bortoni a tendência é esse movimento seguir em alta, com mais empresas aptas a tentar novas opções tecnológicas, principalmente ferramentas que reduzam despesas operacionais e garantam segurança contra fraudes.
Para o ramo da correspondência bancária, a dica da CEO é não ter medo do canal digital. Essa opção vem para somar ao serviço físico. Ter uma agência com atuação à distância, com mais opções para o cliente será fundamental para os negócios em 2022.
Ela explica que o objetivo dos bancos é oferecer um alto serviço digital, mas para isso eles deverão contar com o apoio dos correspondentes e franqueados para um suporte humanizado ao cliente e para ajudar com as formalizações digitais.
“Revise sempre seu processo de vendas”
João Nunes – CEO Retentiva Contact Center
Rafael Bueno – CEO Vendas Bueno
Richard Nunes – CEO Minas Cred
No talk com esses três grandes nomes do mercado do crédito consignado foi destacada a importância de investir na profissionalização da equipe e optar pela humanização da venda. Richard Nunes enfatizou: “ A primeira coisa que eu faço ao chegar em uma operação é rasgar o script, é preciso ser humano”.
Richard ainda completou a proposta ao explicar que é melhor contar com menos vendedores bem preparados e que atuem em um processo de vendas efetivo e bem definido do que optar por uma equipe grande com bons vendedores mas que estejam embasados em um processo mal organizado.
Outras dicas do Richard:
- Tenha um setor focado na monitoria
- Antes de definir o time contrate um bom técnico
- Instigue um propósito na sua equipe
Em outro momento, Rafael Bueno ressaltou a importância do papel do supervisor.
“Quem precisa saber o caminho a ser seguido quando o cliente diz não é o supervisor. Para definir isso ele precisa saber usar as ferramentas certas, ele precisa analisar indicadores e métricas. Somente assim você vai conseguir conduzir o seu time comercial para o que de fato é preciso saber”.
Finalizando a conversa, João Nunes salientou que o controle diário da operação é fundamental para o sucesso do negócio.
“Você não pode deixar para analisar os dados e controlar a operação somente no final do mês. Muita coisa muda em 30 dias. Controlar a operação no dia a dia permite que você calibre ao longo do mês e mude a estratégia quando necessário” – explicou João.